1, 2, 3, 98... O tempo passa rápido e, do nada, o São Raimundo está prestes a completar um século de história. No dia 18 de novembro de 1918, o Tufão da Colina era fundado em Manaus. E como dizia o vocalista Chorão: foram ''(muitos) dias de luta, (muitos) dias de glória'' nesse período. Lutou contra o grandes do Amazonas nas décadas de 50 e 60 e tornou-se um deles, finalmente, nos anos 90.
De lá para cá, conquistou três Copas Norte (ainda maior campeão amazonense do torneio) e cinco estaduais - os outros dois foram conquistados em 1961 e 1966. Isso sem dizer as sete participações consecutivas na Série B do Campeonato Brasileiro, de 2000 a 2006, quando depois foi rebaixado e nunca mais conseguiu se reerguer.
Agora a fase é diferente. Há 10 anos sem títulos ou qualquer atuação em competições nacionais, a equipe, temporada após temporada, busca resgatar o título de ''Rei do Norte''. Foram três ciclos presidenciais desde 2006 - o mais recente, Orismar Pires, assumiu o cargo quarta-feira - , dezenas de técnicos e centenas de jogadores.
A procura por uma identificação, no entanto, continua. Na temporada atual, por exemplo, a diretoria fez apostas arriscadas, tanto na comissão técnica, quanto no plantel. No fim, o time ficou em quinto na classificação geral do Amazonense e bateu na trave mais uma vez. Os planos para a próxima temporada, de acordo com o novo mandatário, é um mistério.
- Posso garantir que vamos disputar o Campeonato Amazonense. Mas, até o momento, não temos a indicação de nenhum treinador. Não temos a intenção de trazer alguém de fora e técnico tem que ter disponibilidade, não temos isso. Vamos colocar os pés no chão, não queremos que vocês, como jogadores ou torcedores, sofram - disse.
Durante seus primeiros anos no estadual, o São Raimundo mostrou que seria uma pedra no sapato dos adversários mais tradicionais. Depois dos primeiros anos, em sua sexta participação na Primeira Divisão, o clube da Colina conquistou seu primeiro Campeonato Amazonense, em 1961, época em que o futebol do Amazonas ainda era amador.
Cinco temporadas mais tarde veio, enfim, seu segundo título estadual. Agora na fase profissional da competição. Em uma disputa em pontos corridos, o Tufão da Colina conquistou o caneco na última rodada.
O São Raimundo, a partir de 1998, renasceu para o futebol do Amazonas. Após levantar sua terceira taça estadual, foi finalista da Copa Norte, perdendo o título nos pênaltis para o Sampaio Corrêa. Na Série C, chegou até à quarta fase, uma antes do tradicional quadrangular da Série C, sendo eliminado nos pênaltis pelo Itabaiana-SE.
Em 1999, foi campeão da Copa Norte, em revanche diante do mesmo algoz da temporada de 98: o Sampaio Corrêa. Ainda conquistou o tetracampeonato amazonense, vencendo os dois turnos, num jogo de título épico contra o Rio Negro. Na Série C, obteve, pela primeira vez, o acesso à Série B. Foi vice-campeão naquela altura. No mesmo ano, foi indicado para a Copa Conmebol, sendo eliminado diante do CSA-AL, nas semifinais.
Nos anos 2000, o São Raimundo se consolidou como uma grande força no futebol do Amazonas e da região Norte. Conquistou mais duas etapas regionais, em 2000 e 2001, diante do Maranhão e Paysandu, respectivamente, além de outros três canecos estaduais e sete participações consecutivas na Série B. As glórias, porém, encerraram em 2006.
PERÍODO DE BAIXA E PERSPECTIVA PARA O FUTURONo mesmo ano em que conquistou seu último título estadual, em 2006, o Tufão da Colina foi rebaixado à Série C do Campeonato Brasileiro. Em crise financeira desde então, o clube, com dificuldades em montar elencos competitivos, vem apresentando resultados inexpressivos, frequentando, inclusive, posições ruins no Campeonato Amazonense. Em 2014, por exemplo, o time escapou da queda na última rodada. As perspectivas para o futuro não indicam grandes mudanças. O novo presidente, inclusive, projetou a próxima temporada de forma pessimista. Todo campeonato deixa resultados negativos (dívidas). Ainda não tenho propriedade para informar como está a nossa situação financeira, mas nosso objetivo é trabalhar com os pés no chão para o ano de 2017. Acredito que o Amazonense da próxima temporada será o mais difícil no quesito financeiro, não somente para o São Raimundo, mas para todos os times. Até o Nacional, que é o time mais privilegiado do estado, passa por uma situação difícil. Então, ainda temos que nos reunir para decidir a situação do clube profissional - finalizou.