O
acanhado estádio Presidente Médici, naquele ano de 1998, recebeu um São
Raimundo saindo das fraldas, diante da torcida fanática do Itabaiana (SE).
“Esse time precisa de rodagem”, repetia o técnico Aderbal Lana. A “rodagem”
veio com os três títulos da Copa Norte, tendo como principais rivais os
paraenses Remo e Paysandu. E a bola ficou redondinha no dia desse confronto. O
meio-campo Messias, praticamente estreando e com rápida passagem no clube,
jogou muito. O toque de bola, que teve Sidney como maestro, envolveu
completamente o adversário. Um passeio. Um dos melhores jogos que vi, em meus
mais de 30 anos na crônica esportiva.
O placar não mostrava as oportunidades
perdidas e os jogadores adversários boquiabertos diante do “olé” imposto pelo
time amazonense. O São Raimundo estava tão bem que, diante da dificuldade de
voo Manaus-Itabaiana ou mesmo Manaus-Aracaju, alugou um Brasília da Rico e
cobriu a distância em seis horas, com escala de reabastecimento em Imperatriz
(MA).
Faltando uns cinco minutos para terminar o
jogo, praticamente no escuro, o juiz ajudando, o Itabaiana marcou os dois gols
do empate em 2 a 2. Eu estava lá, cobrindo a partida para A Crítica, e o
desempenho do time amazonense foi tão inesquecível, que ninguém esperava, na
volta, no Vivaldão, o empate no tempo normal por 1 a 1 e a desclassificação do
São Raimundo nos pênaltis (3 a 4), vindo a seguir o 6º lugar na Série
C/1998 (o melhor possível depois dessa derrota) e 4º para o Itabaiana (o
pior possível na fase final).
No ano seguinte, 1999, o time amazonense
bateria o recorde de renda do Vivaldão, após a reforma, com 55 mil espectadores
no empate de 0 a 0 diante do Fluminense (RJ), além do vice-campeonato da Série
C, que lhe valeu a classificação para a Série B (Copa João Havelange), no ano
seguinte.
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