terça-feira, 27 de março de 2012

Tempos Bons sempre voltam


O acanhado estádio Presidente Médici, naquele ano de 1998, recebeu um São Raimundo saindo das fraldas, diante da torcida fanática do Itabaiana (SE). “Esse time precisa de rodagem”, repetia o técnico Aderbal Lana. A “rodagem” veio com os três títulos da Copa Norte, tendo como principais rivais os paraenses Remo e Paysandu. E a bola ficou redondinha no dia desse confronto. O meio-campo Messias, praticamente estreando e com rápida passagem no clube, jogou muito. O toque de bola, que teve Sidney como maestro, envolveu completamente o adversário. Um passeio. Um dos melhores jogos que vi, em meus mais de 30 anos na crônica esportiva.



O placar não mostrava as oportunidades perdidas e os jogadores adversários boquiabertos diante do “olé” imposto pelo time amazonense. O São Raimundo estava tão bem que, diante da dificuldade de voo Manaus-Itabaiana ou mesmo Manaus-Aracaju, alugou um Brasília da Rico e cobriu a distância em seis horas, com escala de reabastecimento em Imperatriz (MA).
Faltando uns cinco minutos para terminar o jogo, praticamente no escuro, o juiz ajudando, o Itabaiana marcou os dois gols do empate em 2 a 2. Eu estava lá, cobrindo a partida para A Crítica, e o desempenho do time amazonense foi tão inesquecível, que ninguém esperava, na volta, no Vivaldão, o empate no tempo normal por 1 a 1 e a desclassificação do São Raimundo nos pênaltis (3 a 4), vindo a seguir o 6º lugar na Série C/1998 (o melhor possível depois dessa derrota) e 4º para o Itabaiana (o pior possível na fase final).
No ano seguinte, 1999, o time amazonense bateria o recorde de renda do Vivaldão, após a reforma, com 55 mil espectadores no empate de 0 a 0 diante do Fluminense (RJ), além do vice-campeonato da Série C, que lhe valeu a classificação para a Série B (Copa João Havelange), no ano seguinte.

texto de Marcos Santos direto de  seu blog 

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